sexta-feira, 9 de abril de 2010

Prevenção em unidades armazenadoras evita explosões


No Brasil, não há muita informação sobre ocorrências de sinistros envolvendo explosões de pó agrícola nas unidades armazenadoras. Isso tem acarretado uma total desinformação sobre as causas desses acidentes, bem como as consequências normalmente desastrosas desses acontecimentos. Essa desinformação tem resultado em abusos excessivos quanto à segurança das instalações armazenadoras devido à descrença com relação ao perigo de incêndio ou explosões de pó.

Atualmente, devido ao aumento da capacidade armazenadora do País, como também ao processamento em maior escala desses produtos, ocorrem acidentes tão graves que se tornam difíceis de passar despercebidos pela população.

Temos observado alguns noticiários de sinistros envolvendo explosões de pó agrícola com perdas materiais inestimáveis, bem como de muitas vidas. Face a esse tipo de acidente, mais do que nunca, é importante formar e treinar colaboradores para que tenham consciência na aplicação de normas de segurança nas áreas de armazenagem de grãos para evitar possíveis ocorrências envolvendo explosões de pó.

Este artigo busca apontar as causas das explosões de pós, e as medidas de prevenção, controle de pó, controle da fonte de ignição e sistemas supressores de explosão.

Influentes

Uma atmosfera é explosiva quando a proporção de gás, vapor ou pó é tal que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou do aquecimento de um aparelho provoca a explosão. Para que se inicie, três elementos são necessários: combustível + oxigênio + faísca = explosão.

A combinação acima forma o Triângulo do Fogo. Atualmente, é mencionado também um quarto elemento: a reação molecular formando, então, o Tetraedro do Fogo. Observa-se que o oxigênio do ar está presente em quase todo o processo produtivo em questão. É preciso saber que uma faísca ou uma chama não é indispensável para que se produza uma explosão. Um aparelho pode, por elevação de temperatura em sua superfície, atingir a temperatura de inflamação do gás e provocar a explosão.

Tecnicamente falando, uma explosão é uma onda de combustão ou de deflagração (que também é uma combustão com chama intensa) que se propaga livremente, inicialmente, movendo-se a uma velocidade menor que o som (300 metros por segundo). Se não confinada, essa frente de chamas viaja, no começo, com pouca rapidez, mas a velocidade aumenta logo após a ignição, formando uma onda de alta pressão. Como os processos industriais geralmente não são projetados para suportar as pressões desenvolvidas em uma explosão, ocorrem rupturas nos pontos mais fracos, liberando a onda de choque, geralmente acompanhada de fogo. Tudo com efeitos altamente destrutivos.

No Brasil, as explosões continuam desconhecidas, pois a maioria delas não é investigada com rigor, talvez por falta de conhecimento técnico e falta de normatização especial para o assunto.

Autor: Gilmar Tadeu Guerreiro Barbosa
Foto: Gilmar T. G. Brabosa


Confira o artigo na íntegra na Ediçao 219 da Revista Proteção

Um comentário:

  1. lima_medeiros@hotmail.com31 de outubro de 2010 às 08:44

    olá tudo bem! sou Téc em Seg. do Trabalho e gostaria de acrecentar tambem que para a ativação de uma atimosfera explosiva ha tambem o fator de energia estática que é muito comum em alguns casos de acidentes deste tipo. este assunto abordado neste blog sobre unidades armazenadoras é muito interessante. parabens!!

    ResponderExcluir