terça-feira, 16 de março de 2010

A SAÚDE DO TRABALHADOR E AS AÇÕES INTERSETRORIAIS

Ações intersetoriais e coletivas modificam ambientes

Data: 09/03/2010
Fonte: Revista Proteção

O campo da Saúde do Trabalhador é caracterizado por uma vasta gama de instituições, setores governamentais e atores sociais. As estratégias de promoção e vigilância em saúde do traba­lhador, desenvolvidas nos últimos 15 anos de práticas do SUS, têm servido para demonstrar as possibilidades e dificuldades de ações intersetoriais de promoção e pre­venção.

Além das instituições públicas envolvidas, o conceito de inter­se­torialidade inclui a participação dos trabalhadores e suas representações como e­lemento fundamental para a garantia de qualidade técnica e política das ações. Uma das estratégias desenvolvidas consiste na construção de redes de cooperação entre diversas instituições, sindicatos e ONGs, visando garantir a continuidade e qua­lidade das ações bem como potencia­lizá-las diante de problemas concretos.

Uma questão fundamental para a promoção da saúde refere-se à mudança dos modelos médico-assistencialista e assis­tencial-sanitarista, ainda hegemônicos na Saúde Pública. Em consonância com esses modelos, a vigilância está baseada no modelo ecológico da doença e na epide­mio­logia clássica, tendo por objeto o controle dos modos de transmissão e dos fatores de risco, o qual possibilita uma certa governabilidade e eficácia de suas ações no âmbito intrassetorial da Saúde, principalmente para as doenças infecto-contagiosas clássicas.

Nessa concepção, a vigilância inclui o monitoramento do ambiente e de possíveis casos de doenças, que passam a servir como eventos sentinelas, em articulação com análises epidemiológicas.

A eficácia desse modelo restrito às ações intrassetoriais do setor de Saúde foi questionada pela Medicina Social, base da Saúde Coletiva brasileira, que coloca como paradigma uma outra visão de processo saúde-doença, centrada nos processos so­ciais que promovem ou agravam a saúde das populações.

Autores: Jorge Mesquita Huet Machado e Marcelo Firpo de Souza Porto

Confira o artigo na íntegra na edição 218 da Revista Proteção.

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